quinta-feira, 21 de abril de 2011

Conheça Genebaldo Freire!!


Genebaldo Freire Dias (brasileiro, Pedrinhas, SE, 3 de março de 1949)


1. Formação:
Bacharel (BD)) , Mestre (M.Sc) e Doutor (PhD) em Ecologia, UnB, Brasília, DF





2. Ocupação atual: Professor, Pesquisador e Diretor do Programa de Mestrado e Doutorado em Planejamento e Gestão Ambiental da Universidade Católica de Brasília (UCB), onde também coordena o Projeto de Educação Ambiental.


3. Principais Livros Publicados:

- Populações marginais em ecossistemas urbanos (IBAMA, Brasília)

- Educação Ambiental – princípios e práticas (Gaia, SP)

- Atividades interdisciplinares de educação ambiental (Gaia, SP)

- Pegada Ecológica e sustentabilidade humana (Gaia, SP)

- Ecopercepção (Gaia, SP)

- Antropoceno – iniciação à temática ambiental (Gaia, SP)

- 40 contribuições pessoais para a sustentabilidade (Gaia, SP)

- Educação e Gestão ambiental (Gaia, SP)


Em processo de publicação:


- Fogo, sonhos e desafios (Prevfogo/Ibama, Brasília, DF);

- Queimadas e Incêndios Florestais – cenários e desafios: subsídios para a educação ambiental (Prevfogo/Ibama, Brasília, DF);

- Mudança ambiental global – cenários, desafios, governança e oportunidades (prelo);

- Relatório Homo Sapiens (prelo)

- Dinâmicas e experimentação para educação ambiental (prelo)


4. Principais cargos exercidos na área ambiental:

- Diretor da Área de Controle de Poluição da Secretaria Extraordinária do Meio Ambiente, Ciência e Tecnologia do DF , 1987/1988;

- Secretário Adjunto da Secretaria de Ecossistemas da SEMA/MINTER, novembro ,1988;

- Chefe da Divisão de Educação Ambiental do IBAMA, Brasília, 1989;

- Diretor do Parque Nacional de Brasília (Parque da Água Mineral), IBAMA , Brasília, 1992/95 e Coordenador do Núcleo de Educação Ambiental (1998 – 2006);

- Coordenador do Projeto de Educação Ambiental da UCB (1999- );

-Coordenador do Núcleo de Comunicação e Educação Ambiental do Prevfogo- Centro Nacional de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais /Ibama, Brasília, DF (2007 - );

- Diretor do Programa de Mestrado e Doutorado em Planejamento e Gestão Ambiental da Universidade Católica de Brasília (2008 - ).


5. Experiência como professor:


Regência no 2º Grau


- Professor de Física, Colégio Estadual Duque de Caxias, Salvador, Bahia (1970-1973);

- Professor de Ciências, Inglês, Química, Física e Biologia da Fundação Educacional do DF, Brasília, DF ( 1974-2002)

- Professor de Química e Biologia do Centro Educacional La Salle, Brasília, DF, (1976- 1987);
Regência na Graduação:


- Professor da UCB nas seguintes disciplinas e cursos: “Métodos em Educação Ambiental” no Curso de Engenharia Ambiental; “Fundamentos de Educação Ambiental”, “Ecologia Urbana” , na Biologia; “Gestão Ambiental”, Administração.
Regência na Pós- Graduação


- Professor da disciplina “Proteção do Meio Ambiente” no III Curso de Engenharia de Segurança do Trabalho, Depto. Engenharia Mecânica, Universidade de Brasília (1989);

- Professor da disciplina Ecologia Humana no Curso Latu Sensu “ Ensino de Ecologia “ , Universidade Católica de Brasília ( 1991) ;

- Professor do “ Curso de Especialização em Educação Ambiental” da Universidade de Brasília, promovido pela CAPES/CNPq/UNESCO, Brasília (1988);

- Professor do “Curso de Especialização em Educação Ambiental “ da Universidade Federal do Mato Grosso, promovido pela UNESCO/CAPES/CNPq/IBAMA/OREALC, Cuiabá, MT ( 1992) ;

- Professor do “ Curso de Especialização em Educação Ambiental “ da Universidade Estadual de Santa Catarina, Centro de Ciências da Educação, Florianópolis, SC (1993, 1996, 1998,1999 e 2000 ) ;

- Professor do Curso de Especialização em Educação Ambiental e do Mestrado e Doutorado em Planejamento e Gestão Ambiental da Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa da Universidade Católica de Brasília, Campus II, Brasília, (1997 - 2007);

- Professor no Mestrado em Gestão do Turismo e Meio Ambiente, da Universidade Latino-Americana e do Caribe, convênio com Universitat de les Illes Balears, Brasília, DF, 1999;

- Professor do Curso de Especialização em Educação Ambiental da Universidade Potiguar, Natal, RN, 1999;

- Professor do Curso de Especialização em Gerenciamento Ambiental da Universidade Católica de Salvador (1999- 2007).


6. Consultorias


Área de Atuação


O prof. Genebaldo Freire atua como consultor independente, nas seguintes áreas:

- Implantação de Programas/Projetos de Educação Ambiental em instituições/empresas; pré-requesitos para a implantação de programas de gestão ambiental;

- Promoção de conferências e palestras de sensibilização sobre a temática ambiental;

- Promoção de cursos de formação para professores em fundamentos de educação ambiental, elaboração de projetos e cursos de atualização em práticas interdisciplinares de educação ambiental;

- Elaboração de recursos instrucionais e institucionais;

- Execução de auditorias em programas de aducação ambiental implantados.
Referências Principais:



1. Planejou, desenvolveu, implantou e avaliou o Programa de Educação Ambiental da Cetrel S.A., Pólo Petroquímico de Camaçari, Bahia (www.cetrel.com.br). Desenvolveu a Agenda 21 da Cetrel, a primeira unidade industrial brasileira a ter uma Agenda 21. Essa empresa de proteção ambiental, detentora do Sistema Integrado de Gestão (ISO-9000, ISSO-14.000 e OHSAS-18.000) ganhou vários prêmios da área ambiental e o Prêmio Nacional de Qualidade. É consultor da Cetrel desde 1997.


2. Planejou, implantou e avaliou o Programa de Educação Ambiental da Universidade Católica de Brasília (1999 – 2007), composto de etapas de diagnóstico, sensibilização e implantação de elementos de gestão ambiental como coleta seletiva, compostagem, preciclagem, central de reuso, conservação de energia elétrica, conservação da qualidade sonora, racionalização de uso da água (reuso), criação de corpo de voluntários e outros (www.ucb.br).


3. Planejou, implantou e coordenou o Programa de Educação Ambiental do Parque Nacional de Brasília (Ibama, DF). Desenvolveu estratégias de atendimento ao público interno e externo. Montou o Centro de Visitantes e implantou diversos elementos de interpretação sócio-ambiental (ilha da meditação, riachinho, labirinto e outros elementos de senso-percepção) (1999 a 2006);


4. Universidade Livre do Meio Ambiente de Curitiba. Durante quatro anos formou grupos de pessoas da área ambiental, em fundamentos de Educação Ambiental (1992 a 1997).

Conheça Michele Sato!!!


NomeMichele Tomoko Sato
Nome em citações bibliográficasSATO, Michèle


    

   
   
   
Formação Acadêmica:


2007 - 2007Pós-Doutorado .
Université du Québec à Montréal. 

1994 - 1997Doutorado em Ecologia e Recursos Naturais (Conceito CAPES 5) .
Universidade Federal de São Carlos, UFSCAR, Brasil.
Título: Educação para o Ambiente Amazônico, Ano de Obtenção: 1997.
Orientador: JOSE EDUARDO DOS SANTOS.
Bolsista do(a): Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, CAPES, Brasil. 

1990 - 1992Mestrado em Philosophy .
University of East Anglia, ANGLIA, Inglaterra.
Título: How the environment is written - a study of the utilisation of textbooks in environmental education in Brazil and England, Ano de Obtenção: 1992.
Orientador: JOHN PATRICK BARKHAM.
Bolsista do(a): Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, CNPq, Brasil. 

2000 - 2001Especialização em Éducation Relative à L'environnement . (Carga Horária: 450h).
Université Du Québec à Montréal.
Título: Education Relative Au I Environnement.
Orientador: Luice Sauvé.
1979 - 1982Graduação em Licenciatura Em Ciências Biológicas .
Universidade de Santo Amaro, UNISA, Brasil.



Michèle Sato é hoje referência quando tratamos de Educação Ambiental, Confira algumas de suas obras:



SATO, Michèle. Educação ambiental. São Carlos: EdUFSCar, 1996.
SATO, Michèle & SANTOS, José Eduardo. Agenda 21 em sinopse. São Carlos: EdUFSCar, 1999.
SATO, Michèle (Coord.) et al. Ensino de ciências e as questões ambientais. Cuiabá: NEAD, UFMT, 1999.
SATO, Michèle; TAMAIO, Irineu; MEDEIROS, Heitor. Reflexos das cores amazônicas no mosaico da educação ambiental. Brasília: WWF-Brasil, 2002.
SATO, Michèle. Debatendo os desafios da educação ambiental. InRevista Eletrônica de Mestrado em Educação Ambiental. Rio Grande: FURG, 2001, R14-R33p.http://www.sf.dfis.furg.br/mea/remea/index.htm
SATO, Michèle; MONTEIRO, Silas; ZAKREZSKI, Cláudio & ZAKREZSKI, Sônia. Ciências, filosofia e educação ambiental – links e deleites. In OLAM - Ciência e Tecnologia. Rio : UNESP, ano I, 1(1): 133-159, 2001

domingo, 17 de abril de 2011

Mesmas Paisagens, Quadros Diferentes.

René Magritte
http://renemagritte.com.br/la-condition-humaine/


Um: Repensando nosso olhar sobre as relações entre sociedade e natureza.

      Nossas ideias ou conceitos organizam o mundo, tornando-o inteligível e familiar. São como lentes que nos fazem ver isso e aquilo e nos guiam em meio à enorme complexidade e imprevisibilidade da vida. Acontece que, quando usamos óculos por muito tempo, a lente acaba fazendo parte de nossa visão a ponto de esquecermos que ela continua lá, entre nós e o que vemos, entre os olhos e a paisagem.

Neste capitulo nos é demostrado como os nossos conceitos funcionam como lentes, que só nos permitem ver a realidade por um determinado ângulo e faz com que esqueçamos que a nossa concepção não é a única forma de visualizar o mundo. Estamos acostumados a enxergar somente uma pequena parte de uma realidade total bem mais complexa, somos de certa forma reféns das nossas visões ou conceitos, ângulos sempre parciais que usamos para acessar o mundo.

Devemos então trocar as lentes, ou seja, acrescentar novos conceitos a nossa vida para assim podermos ver a mesma paisagem com novos olhos.
Dentro desse conceito de um único ângulo de visão da realidade, nos perguntamos qual o a concepção que temos de meio ambiente, a maioria das pessoas fazem uma ligação direta com a natureza, a vida biológica, vida selvagem, tudo aquilo que estamos acostumados a ver em documentários e tudo aquilo que constrói na nossa mente uma ideia que o meio ambiente esta em outro mundo e não interage com a sociedade.

A EA (educação ambiental) traz o conceito de visão socioambiental, que segue um raciocínio de tratar o meio ambiente não como sinônimo de natureza intocada, mas como um campo de interações entre a cultura, a sociedade e a base física e biológica dos processos vitais, no qual todos os termos dessa relação se modificam dinâmica e mutuamente.




Dois: Outra ecologia e possível: a ecologia do movimento ecológico.
   
 A palavra ecologia, além de designar uma área do conhecimento cientifico, foi associada aos movimentos e praticas sociais que ganharam as ruas e conquistaram muitos adeptos para o projeto de mudança da sociedade em uma direção ´´ecológica´´.
1.   Ecologismo e suas raízes contraculturais.

A ecologia surgiu no meio cientifico definida como a ciência das relações dos organismos com o mundo exterior (Ernest Haeckel, 1866), mas a ideia de ecologia logo migrou da ciência para a politica e projetos sociais, surgiu como critica à sociedade de consumo, criando a expectativa de uma nova sociedade.

As ideias ecologistas tiveram origem em um contexto histórico da contracultura, movimentos que tiveram início no Hemisfério Norte no fim da década de 60 e no Brasil e América Latina nos anos 70 e 80 e eram constituídos principalmente de jovens.
Esses novos conceitos de ecologia surgiram em um momento da historia em que a utopia e as energias para a transformação da sociedade estavam em alta.
A ecologia era tratada por muitos como um estilo alternativo de vida, a visão da natureza como contraponto da vida urbana, tecnocrática e industrial aparece combinada com o sentimento de contestação. O ideal de uma sociedade ecológica se afirmava como uma via alternativa à sociedade capitalista de consumo.
       2. O movimento Ecológico no Brasil
      
 As primeiras lutas ecológicas no Brasil datam dos anos 70, mas é principalmente, no contexto do processo de redemocratização e abertura politica, que entram em cena os novos movimentos sociais, entre eles o Ecologismo, com as características contestatórias e libertarias da contracultura.
    
 Podemos dizer que o movimento ecológico no Brasil será resultado de dois contextos socioculturais:
- O contexto Internacional da crítica contracultura e das formas de luta do Ecologismo europeu e norte-americano.
- O contexto nacional, em que a recepção do ideário ecológico acontece no âmbito da cultura politica e dos movimentos sociais do país, assim como da América Latina.
     
     3. Os caminhos da Educação Ambiental no Brasil   
Com o surgimento do movimento ecológico, começa a preocupação da sociedade com o futuro da vida e a qualidade de da existência das presentes e futuras gerações, com isso surge também a educação ambiental. A EA herdou a responsabilidade da conscientização para a finitude e a má distribuição no acesso aos recursos naturais e envolver cidadãos em ações sociais ambientalmente apropriadas.

A EA tem seu maior reconhecimento a partir da década de 90 , com o avanço da consciência ambiental. Durante o Rio-92 as ONGs, e movimentos sociais de todo mundo formularam o tratado de Educação Ambiental para sociedades sustentáveis.    



Três: Um sujeito ecológico em formação
   
   Os processos de formação de uma consciência ecológica passam pela historia do movimento ecológico e da própria educação ambiental. A tomada de consciência do problema ambiental tem que ver também com a crescente visibilidade e legitimidade dos movimentos ecologistas que vão ganhando força e conquistando adeptos para um núcleo de crenças e valores que apontam para um jeito ecológico de ser, um novo estilo de vida, com modos próprios de pensar o mundo e, principalmente, de pensar a si mesmo e as relações com os outros neste mundo.
  
O sujeito ecológico é um ideal de ser que condensa a utopia de uma existência ecológica plena, o que também implica uma sociedade plenamente ecológica.

O sujeito ecológico agrega uma serie de traços, valores e crenças e poderia ser descrito em facetas variadas. Em sua versão politica, poderia ser apresentada como sujeito heroico, vanguarda de um movimento histórico, herdeiros de tradições politicas de esquerda, mas protagonista de novo paradigma politico-existencial. Em sua versão nova era, é visto como alternativo, integral, equilibrado, harmônico, planetário, holista. Em sua versão de gestor social, supõe-se que partilhe de uma compreensão política e técnica da crise socioambiental, sendo responsável por adotar procedimentos e instrumentos legais para enfrenta-la, por mediar conflitos e planejar ações.

O Ecologismo nasceu criticando a aposta no progresso ilimitado tanto do ponto de vista da duração e da qualidade da existência humana quanto da permanência dos bens ambientais e da natureza que convivemos.  



   Educação Ambiental, Isabel Cristina de Moura Carvalho

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Novidades!!

A partir de agora, meu blog possui um chat onde as pessoas podem debater e dar suas opiniões sobre os assuntos postados!!  


Para mandar sua a mensagem é simples!!

1. Digite sua mensagem e clique em ´´set name´´
2. Logo após ira aparecer essa tela:



         Você tem 3 opções de envio:  

                           1. Como anônimo. Basta clicar em go.
                           2. Com um nome temporário. Digite seu nome e clique em go.
                           3. Ou se é membro do chatango, basta fazer login.

Espero que essa ferramenta seja útil para que possamos manter o debate entre blog e leitores, e em breve novas postagens sobre temas diversos. 

sábado, 9 de abril de 2011

The Earth´s Letter! ( A carta da terra)

A Carta da Terra foi idealizada em 1987, quando a Comissão Mundial das Nações Unidas para  o Meio Ambiente e Desenvolvimento fez um chamado para a criação de uma nova carta que estabelecesse os princípios fundamentais para o desenvolvimento
sustentável. A Carta da Terra teve seu texto final foi aprovado pela comissão na reunião celebrada na sede da UNESCO, em Paris, em março de 2000.






Qual é a missão da “Iniciativa Internacional da Carta
da Terra”?
Com o lançamento oficial da Carta da Terra no Palácio
da Paz, em Haia, no dia 29 de junho de 2000, iniciou-se
uma nova fase para a Iniciativa, qual seja, estabelecer
uma base ética sólida para a sociedade global emergente
e ajudar na construção de um mundo sustentável
baseado no respeito à natureza, aos direitos humanos
universais, à justiça econômica e a uma cultura de paz.  







A CARTA DA TERRA


PREÂMBULO

Estamos diante de um momento crítico na história da Terra, numa época em que a humanidade deve escolher
o seu futuro. À medida que o mundo torna-se cada vez mais interdependente e frágil, o futuro enfrenta, ao
mesmo tempo, grandes perigos e grandes promessas. Para seguir adiante, devemos reconhecer que, no meio 
da uma magnífica diversidade de culturas e formas de vida, somos uma família humana e uma comunidade
terrestre com um destino comum. Devemos somar forças para gerar uma sociedade sustentável global baseada no respeito pela natureza, nos direitos humanos universais, na justiça econômica e numa cultura da paz. Para chegar a este propósito, é imperativo que nós, os povos da Terra, declaremos nossa responsabilidade uns para com os outros, com a grande comunidade da vida, e com as futuras gerações.

Terra, Nosso Lar

A humanidade é parte de um vasto universo em evolução. A Terra, nosso lar, está viva com uma comunidade
de vida única. As forças da natureza fazem da existência uma aventura exigente e incerta, mas a Terra
providenciou as condições essenciais para a evolução da vida. A capacidade de recuperação da comunidade da vida e o bem-estar da humanidade dependem da preservação de uma biosfera saudável com todos seus
sistemas ecológicos, uma rica variedade de plantas e animais, solos férteis, águas puras e ar limpo. O meio
ambiente global com seus recursos finitos é uma preocupação comum de todas as pessoas. A proteção da
vitalidade, diversidade e beleza da Terra é um dever sagrado.


A Situação Global
Os padrões dominantes de produção e consumo estão causando devastação ambiental, redução dos recursos e uma massiva extinção de espécies. Comunidades estão sendo arruinadas. Os benefícios do desenvolvimento não estão sendo divididos equitativamente e o fosso entre ricos e pobres está aumentando. A injustiça, a pobreza, a ignorância e os conflitos violentos têm aumentado e são causa de grande sofrimento. O crescimento sem precedentes da população humana tem sobrecarregado os sistemas ecológico e social. As bases da segurança global estão ameaçadas. Essas tendências são perigosas, mas não inevitáveis.
Desafios Para o Futuro A escolha é nossa: formar uma aliança global para cuidar da Terra e uns dos outros, ou arriscar a nossa destruição e a da diversidade da vida. São necessárias mudanças fundamentais dos nossos valores, instituições e modos de vida. Devemos entender que, quando as necessidades básicas forem atingidas, o desenvolvimento humano será primariamente voltado a ser mais, não a ter mais. Temos o conhecimento e a tecnologia necessários para abastecer a todos e reduzir nossos impactos ao meio ambiente. O surgimento de uma sociedade civil global está criando novas oportunidades para construir um mundo democrático e humano. Nossos desafios ambientais, econômicos, políticos, sociais e espirituais estão interligados, e juntos podemos forjar soluções includentes.

Responsabilidade Universal

Para realizar estas aspirações, devemos decidir viver com um sentido de responsabilidade universal,
identificando-nos com toda a comunidade terrestre bem como com nossa comunidade local. Somos, ao mesmo tempo, cidadãos de nações diferentes e de um mundo no qual a dimensão local e global estão ligadas. Cada um compartilha da responsabilidade pelo presente e pelo futuro, pelo bem-estar da família humada e de todo o mundo dos seres vivos. O espírito de solidariedade humana e de parentesco com toda a vida é fortalecido quando vivemos com reverência o mistério da existência, com gratidão pelo dom da vida, e com humildade considerando em relaçao ao lugar que ocupa o ser humano na natureza.
Necessitamos com urgência de uma visão compartilhada de valores básicos para proporcionar um fundamento ético à comunidade mundial emergente. Portanto, juntos na esperança, afirmamos os seguintes princípios, todos interdependentes, visando um modo de vida sustentável como critério comum, através dos quais a conduta de todos os indivíduos, organizações, empresas, governos, e instituições transnacionais será guiada e avaliada.


PRINCÍPIOS
I. RESPEITAR E CUIDAR DA COMUNIDADE DA VIDA
1. Respeitar a Terra e a vida em toda sua diversidade.
a. Reconhecer que todos os seres são interligados e cada forma de vida tem valor, independentemente
de sua utilidade para os seres humanos.
b. Afirmar a fé na dignidade inerente de todos os seres humanos e no potencial intelectual, artístico,
ético e espiritual da humanidade.
2. Cuidar da comunidade da vida com compreensão, compaixão e amor.
a. a .Aceitar que, com o direito de possuir, administrar e usar os recursos naturais vem o dever de
impedir o dano causado ao meio ambiente e de proteger os direitos das pessoas.
b. Assumir que o aumento da liberdade, dos conhecimentos e do poder implica responsabilidade na
promoção do bem comum.
3. Construir sociedades democráticas que sejam justas, participativas, sustentáveis e pacíficas.
a. Assegurar que as comunidades em todos níveis garantam os direitos humanos e as liberdades
fundamentais e proporcionem a cada um a oportunidade de realizar seu pleno potencial.
b. Promover a justiça econômica e social, propiciando a todos a consecução de uma subsistência
significativa e segura, que seja ecologicamente responsável.
4. Garantir as dádivas e a beleza da Terra para as atuais e as futuras gerações.
a. Reconhecer que a liberdade de ação de cada geração é condicionada pelas necessidades das
gerações futuras.
b. Transmitir às futuras gerações valores, tradições e instituições que apóiem, a longo prazo, a
prosperidade das comunidades humanas e ecológicas da Terra.
Para poder cumprir estes quatro amplos compromissos, é necessario:

II. INTEGRIDADE ECOLÓGICA

5. Proteger e restaurar a integridade dos sistemas ecológicos da Terra, com especial preocupação pela
diversidade biológica e pelos processos naturais que sustentam a vida.
a. Adotar planos e regulamentações de desenvolvimento sustentável em todos os níveis que façam com
que a conservação ambiental e a reabilitação sejam parte integral de todas as iniciativas de
desenvolvimento.
b. Estabelecer e proteger as reservas com uma natureza viável e da biosfera, incluindo terras selvagens
e áreas marinhas, para proteger os sistemas de sustento à vida da Terra, manter a biodiversidade e
preservar nossa herança natural.
c. Promover a recuperação de espécies e ecossistemas ameaçadas.
d. Controlar e erradicar organismos não-nativos ou modificados geneticamente que causem dano às
espécies nativas, ao meio ambiente, e prevenir a introdução desses organismos daninhos.
e. Manejar o uso de recursos renováveis como água, solo, produtos florestais e vida marinha de formas
que não excedam as taxas de regeneração e que protejam a sanidade dos ecossistemas.
f. Manejar a extração e o uso de recursos não-renováveis, como minerais e combustíveis fósseis de
forma que diminuam a exaustão e não causem dano ambiental grave.
6. Prevenir o dano ao ambiente como o melhor método de proteção ambiental e, quando o conhecimento
for limitado, assumir uma postura de precaução.
a. Orientar ações para evitar a possibilidade de sérios ou irreversíveis danos ambientais mesmo
quando a informação científica for incompleta ou não conclusiva.
b. Impor o ônus da prova àqueles que afirmarem que a atividade proposta não causará dano
significativo e fazer com que os grupos sejam responsabilizados pelo dano ambiental.
c. Garantir que a decisão a ser tomada se oriente pelas consequências humanas globais, cumulativas,
de longo prazo, indiretas e de longo alcance.
d. Impedir a poluição de qualquer parte do meio ambiente e não permitir o aumento de substâncias
radioativas, tóxicas ou outras substâncias perigosas.
e. Evitar que atividades militares causem dano ao meio ambiente.
7. Adotar padrões de produção, consumo e reprodução que protejam as capacidades regenerativas da
Terra, os direitos humanos e o bem-estar comunitário.
a. Reduzir, reutilizar e reciclar materiais usados nos sistemas de produção e consumo e garantir que os
resíduos possam ser assimilados pelos sistemas ecológicos.
b. Atuar com restrição e eficiência no uso de energia e recorrer cada vez mais aos recursos energéticos
renováveis, como a energia solar e do vento.
c. Promover o desenvolvimento, a adoção e a transferência eqüitativa de tecnologias ambientais
saudáveis.
d. Incluir totalmente os custos ambientais e sociais de bens e serviços no preço de venda e habilitar os
consumidores a identificar produtos que satisfaçam as mais altas normas sociais e ambientais.
e. Garantir acesso universal a assistência de saúde que fomente a saúde reprodutiva e a reprodução
responsável.
f. Adotar estilos de vida que acentuem a qualidade de vida e subsistência material num mundo finito.
8. Avançar o estudo da sustentabilidade ecológica e promover a troca aberta e a ampla aplicação do
conhecimento adquirido.
a. Apoiar a cooperação científica e técnica internacional relacionada à sustentabilidade, com especial
atenção às necessidades das nações em desenvolvimento.
b. Reconhecer e preservar os conhecimentos tradicionais e a sabedoria espiritual em todas as culturas
que contribuam para a proteção ambiental e o bem-estar humano.
c. Garantir que informações de vital importância para a saúde humana e para a proteção ambiental,
incluindo informação genética, estejam disponíveis ao domínio público.

III. JUSTIÇA SOCIAL E ECONÔMICA
9. Erradicar a pobreza como um imperativo ético, social e ambiental.
a. Garantir o direito à água potável, ao ar puro, à segurança alimentar, aos solos não-contaminados,
ao abrigo e saneamento seguro, distribuindo os recursos nacionais e internacionais requeridos.
b. Prover cada ser humano de educação e recursos para assegurar uma subsistência sustentável, e
proporcionar seguro social e segurança coletiva a todos aqueles que não são capazes de manter-se
por conta própria.
c. Reconhecer os ignorados, proteger os vulneráveis, servir àqueles que sofrem, e permitir-lhes
desenvolver suas capacidades e alcançar suas aspirações.
10. Garantir que as atividades e instituições econômicas em todos os níveis promovam o desenvolvimeto
humano de forma eqüitativa e sustentável.
a. Promover a distribuição eqüitativa da riqueza dentro das e entre as nações.
b. Incrementar os recursos intelectuais, financeiros, técnicos e sociais das nações em desenvolvimento
e isentá-las de dívidas internacionais onerosas.
c. Garantir que todas as transações comerciais apóiem o uso de recursos sustentáveis, a proteção
ambiental e normas trabalhistas progressistas.
d. Exigir que corporações multinacionais e organizações financeiras internacionais atuem com
transparência em benefício do bem comum e responsabilizá-las pelas conseqüências de suas
atividades.
11. Afirmar a igualdade e a eqüidade de gênero como pré-requisitos para o desenvolvimento sustentável e
assegurar o acesso universal à educação, assistência de saúde e às oportunidades econômicas.
a. Assegurar os direitos humanos das mulheres e das meninas e acabar com toda violência contra elas.
b. Promover a participação ativa das mulheres em todos os aspectos da vida econômica, política, civil,
social e cultural como parceiras plenas e paritárias, tomadoras de decisão, líderes e beneficiárias.
c. Fortalecer as famílias e garantir a segurança e a educação amorosa de todos os membros da
família.
12. Defender, sem discriminação, os direitos de todas as pessoas a um ambiente natural e social, capaz de
assegurar a dignidade humana, a saúde corporal e o bem-estar espiritual, concedendo especial atenção aos
direitos dos povos indígenas e minorias.
a. Eliminar a discriminação em todas suas formas, como as baseadas em raça, cor, gênero, orientação
sexual, religião, idioma e origem nacional, étnica ou social.
b. Afirmar o direito dos povos indígenas à sua espiritualidade, conhecimentos, terras e recursos, assim
como às suas práticas relacionadas a formas sustentáveis de vida.
c. Honrar e apoiar os jovens das nossas comunidades, habilitando-os a cumprir seu papel essencial na
criação de sociedades sustentáveis.
d. Proteger e restaurar lugares notáveis pelo significado cultural e espiritual.
IV.DEMOCRACIA, NÃO VIOLÊNCIA E PAZ
13. Fortalecer as instituições democráticas em todos os níveis e proporcionar-lhes transparência e
prestação de contas no exercício do governo, participação inclusiva na tomada de decisões, e acesso à
justiça.
a. Defender o direito de todas as pessoas no sentido de receber informação clara e oportuna sobre
assuntos ambientais e todos os planos de desenvolvimento e atividades que poderiam afetá-las ou
nos quais tenham interesse.
b. Apoiar sociedades civis locais, regionais e globais e promover a participação significativa de todos
os indivíduos e organizações na tomada de decisões.
c. Proteger os direitos à liberdade de opinião, de expressão, de assembléia pacífica, de associação e de
oposição.
d. Instituir o acesso efetivo e eficiente a procedimentos administrativos e judiciais independentes,
incluindo retificação e compensação por danos ambientais e pela ameaça de tais danos.
e. Eliminar a corrupção em todas as instituições públicas e privadas.
f. Fortalecer as comunidades locais, habilitando-as a cuidar dos seus própios ambientes, e atribuir
responsabilidades ambientais aos níveis governamentais onde possam ser cumpridas mais
efetivamente.
14. Integrar, na educação formal e na aprendizagem ao longo da vida, os conhecimentos, valores e
habilidades necessárias para um modo de vida sustentável.
a. Oferecer a todos, especialmente a crianças e jovens, oportunidades educativas que lhes permitam
contribuir ativamente para o desenvolvimento sustentável.
b. Promover a contribuição das artes e humanidades, assim como das ciências, na educação para
sustentabilidade.
c. Intensificar o papel dos meios de comunicação de massa no sentido de aumentar a sensibilização
para os desafios ecológicos e sociais.
d. Reconhecer a importância da educação moral e espiritual para uma subsistência sustentável.
15. Tratar todos os seres vivos com respeito e consideração.
a. Impedir crueldades aos animais mantidos em sociedades humanas e protegê-los de de sofrimentos.
b. Proteger animais selvagens de métodos de caça, armadilhas e pesca que causem sofrimento extremo,
prolongado ou evitável.
c. Evitar ou eliminar ao máximo possível a captura ou destruição de espécies não visadas.
16. Promover uma cultura de tolerância, não violência e paz.
a. Estimular e apoiar o entendimento mútuo, a solidariedade e a cooperação entre todas as pessoas,
dentro das e entre as nações.
b. Implementar estratégias amplas para prevenir conflitos violentos e usar a colaboração na resolução
de problemas para manejar e resolver conflitos ambientais e outras disputas.
c. Desmilitarizar os sistemas de segurança nacional até chegar ao nível de uma postura nãoprovocativa
da defesa e converter os recursos militares em propósitos pacíficos, incluindo
restauração ecológica.
d. Eliminar armas nucleares, biológicas e tóxicas e outras armas de destruição em massa.
e. Assegurar que o uso do espaço orbital e cósmico mantenha a proteção ambiental e a paz.
f. Reconhecer que a paz é a plenitude criada por relações corretas consigo mesmo, com outras
pessoas, outras culturas, outras vidas, com a Terra e com a totalidade maior da qual somos parte.
O CAMINHO ADIANTE
Como nunca antes na história, o destino comum nos conclama a buscar um novo começo. Tal renovação é a
promessa dos princípios da Carta da Terra. Para cumprir esta promessa, temos que nos comprometer a adotar e
promover os valores e objetivos da Carta.
Isto requer uma mudança na mente e no coração. Requer um novo sentido de interdependência global e de
responsabilidade universal. Devemos desenvolver e aplicar com imaginação a visão de um modo de vida
sustentável aos níveis local, nacional, regional e global. Nossa diversidade cultural é uma herança preciosa, e
diferentes culturas encontrarão suas próprias e distintas formas de realizar esta visão. Devemos aprofundar e
expandir o diálogo global gerado pela Carta da Terra, porque temos muito que aprender a partir da busca
iminente e conjunta por verdade e sabedoria.
A vida muitas vezes envolve tensões entre valores importantes. Isto pode significar escolhas difíceis. Porém,
necessitamos encontrar caminhos para harmonizar a diversidade com a unidade, o exercício da liberdade com
o bem comum, objetivos de curto prazo com metas de longo prazo. Todo indivíduo, família, organização e
comunidade têm um papel vital a desempenhar. As artes, as ciências, as religiões, as instituições educativas,
os meios de comunicação, as empresas, as organizações não-governamentais e os governos são todos
chamados a oferecer uma liderança criativa. A parceria entre governo, sociedade civil e empresas é essencial
para uma governabilidade efetiva.
Para construir uma comunidade global sustentável, as nações do mundo devem renovar seu compromisso com
as Nações Unidas, cumprir com suas obrigações respeitando os acordos internacionais existentes e apoiar a
implementação dos princípios da Carta da Terra com um instrumento internacional legalmente unificador
quanto ao ambiente e ao desenvolvimento.
Que o nosso tempo seja lembrado pelo despertar de uma nova reverência face à vida, pelo compromisso firme
de alcançar a sustentabilidade, a intensificação da luta pela justiça e pela paz, e a alegre celebração da vida.